Valadarense enfrenta quase 20 mil km em uma moto 250 cilindradas rumo ao Alasca - Portal S3
   

Valadarense enfrenta quase 20 mil km em uma moto 250 cilindradas rumo ao Alasca

 Valadarense enfrenta quase 20 mil km em uma moto 250 cilindradas rumo ao Alasca

Vulcao Tungurahua – Equador — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

A aventura do viajante começou no dia 5 de maio, quando ele saiu de Governador Valadares com uma velha companheira, uma motocicleta de 250 cilindradas que o acompanha há 14 anos.

Marcone conta que apesar de ser considerada pequena para esse tipo de aventura, o veículo dá conta do recado.

Valadarense viaja até o Alasca de moto — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Valadarense viaja até o Alasca de moto — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Desde que saiu da cidade natal, o viajante já passou por 12 países e a previsão de chegada ao Alasca é no início do mês de agosto.

Até o fim da viagem, serão 14 nações conhecidas. Cada país visitado, é um capítulo a mais na história de Marcone, contada em quilômetros.

E são muitos. De acordo com o motociclista, há dias em que ele percorre até 700 km e há dias em que roda “apenas” 100 km. Tudo depende dos lugares por onde passa. Até agora já foram 17 mil quilômetros rodados sobre duas rodas.

Durante a viagem, Marcone realiza sonhos dentro do sonho. Em algumas cidades, a parada é mais longa. São aquelas que ele sempre desejou conhecer. Nelas, o motociclista aproveita para explorar pontos turísticos, tirar fotografias, enfim, conhecer o local como um todo.

“A previsão da viagem é 90 dias mas eu gostaria de ter mais tempo porque tem muita coisa legal, muita coisa para conhecer. Então eu tenho que priorizar o trajeto e as cidades para visitar, onde eu quero ficar”, conta ele.

 

Linha do Equador; no meio do mundo — Foto: Marcone Gomes/Divulgação

Linha do Equador; no meio do mundo — Foto: Marcone Gomes/Divulgação

O começo

 

Em Governador Valadares Marcone morou no bairro Vila Rica, para onde retorna ao menos uma vez por ano, a fim rever amigos e familiares. Atualmente, ele mora no Canadá com a esposa.

Marcone diz que cresceu vendo o pai e os irmãos andando de moto, o que acabou sendo sua maior influência. Em 2007, aos 22 anos, ele fez a primeira viagem de moto com um amigo na garupa. O destino foi a cidade de Ipatinga, no Vale do Aço. Foi aí que descobriu o que queria para a vida.

Com o passar dos anos, conheceu mais cidades em Minas Gerais e em outros estados.

Com o tempo, veio a vontade de rodar por estradas mais longas. E foi em 2011 que ele fez uma viagem para a Transamazônica, acompanhado do irmão. Foram 10 mil quilômetros cortando toda a Amazônia Brasileira.

E em 2012, vieram as viagens internacionais. Foi quando ele visitou países como Peru e Bolívia.

Linha do Equador divide o planeta em dois hemisférios: norte e sul. — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Linha do Equador divide o planeta em dois hemisférios: norte e sul. — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Alasca

 

A viagem ao Alasca foi minuciosamente planejada. Foram 8 anos fazendo planilhas, orçamentos, pesquisando lugares, distâncias e estradas. Tudo com uma dose extra de disposição e coragem.

Além de todo o planejamento, é preciso ter uma atenção especial durante a viagem, pois cada país tem as suas regras. A atenção com a imigração, a documentação e, principalmente, as leis de cada país, foram essenciais na elaboração do roteiro.

Segundo Marcone, em alguns lugares é necessário pagar imposto específico para rodar com o veículo. Além disso, também é essencial ficar atento à vacinação, principalmente contra a Covid-19 e a febre amarela.

“O sucesso dessas grandes viagens está no planejamento. São vários riscos, mas o prazer de viajar, a paixão pela liberdade, por conhecer novas culturas, é maior do que o medo. Planejando, a gente tenta diminuir ao máximo os riscos”, conta.

 

Economizar também faz parte do roteiro. Por isso, Marcone procura sempre hotéis e pousadas mais baratos. Volta e meia ele ainda é surpreendido pela hospitalidade das pessoas por onde passa. E o lugar que mais o surpreendeu foi justamente o México.

Segundo o aventureiro, ele até chegou a ouvir histórias ruins sobre o país, mas foi lá um dos lugares em que teve a melhor recepção. Marcone encontrou um grupo de pessoas que o ajudaram a escolher as melhores dicas de alimentação e hospedagem, algumas até mesmo de graça.

“O bacana de viajar é que você vai de fato conhecer, você vai no local e assim vai ter a sua própria experiência”, explica Marcone.

 

Outros locais em que o valadarense teve uma boa recepção foi na América Central. Marcone fez boas amizades com motociclistas de Honduras e Costa Rica, onde chegou a se hospedar em casas dos novos amigos.

E a viagem até o Alasca ainda reserva boas surpresas, de acordo com Marcone. No roteiro, ele ainda passa pela Califórnia, Las Vegas, e pela Rota 66, estrada mais famosa do mundo, principalmente pela ligação com a cultura cinematográfica.

Além disso, o viajante também pretende conhecer Grand Canyon, no estado do Arizona.

Momentos inesquecíveis

 

Foram vários países, muitos cenários fantásticos, conta o aventureiro. Mas, um dos que mais o marcou foi a Colômbia, segundo ele, quando precisou atravessar o Estreito de Darien, que liga o sul do Chile ao Alasca, extremo norte dos Estados Unidos.

No trecho, a motocicleta teve que ser transportada de avião. “Isso marca muito a história do motociclista. É quando você sai, de fato, pela primeira vez, da América do Sul”, afirma.

Em outra viagem, em 2014, uma situação marcante para Marcone, foi que ele viajou sozinho, durante o inverno, para Ushuaia, cidade turística da Argentina, que fica no arquipélago da Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul.

O local é conhecido como “fim do mundo”, e está situado em uma colina íngreme, sujeita a ventos muito fortes. A cidade é cercada pela cordilheira Martial e pelo Estreito de Beagle. Essa viagem durou 35 dias, totalizando 14 mil quilômetros rodados.

E Marcone não para de sonhar. Ele ainda deseja fazer uma viagem percorrendo toda a América, de ponta a ponta.

Canion Del Pato - Peru — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Canion Del Pato – Peru — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Dia a dia compartilhado nas redes sociais

 

A viagem de Marcone, como a de vários outros viajantes pelo mundo, pode ser acompanhada diariamente nas redes sociais. O “Viajantes da Real”, surgiu inicialmente como um blog de divulgação das aventuras.

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O nome teve origem em uma viagem feita em 2009, com o irmão Joisson Gomes de Oliveira e o amigo Mackristofer Mendes Miranda, pela “Estrada Real”, uma rota turística com mais de 1.600 km, que passa pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, por onde, antigamente, eram transportados o ouro e o diamante extraídos em terras mineiras para o litoral carioca.

“Essa viagem foi um grande divisor de águas pra gente. Fizemos a “Estrada Real”, saindo de Diamantina (em Minas) até Paraty, no Rio. Foram 10 dias. Choveu muito e a gente fez o caminho original, caminho todo de terra. Foi muita chuva, muita aventura, e uma das viagens mais incríveis. Eu acho que essa é uma aventura que, se eu pudesse voltar no tempo, eu faria novamente”.

 

Para quem sonha em viajar, ou tenha qualquer outro sonho, Marcone tem a dica:

 

“É possível sonhar, e é possível realizar. Se você tem um sonho, você tem que fazer acontecer, você é o maior responsável pelo seu sonho. Ninguém nunca vai bater na sua porta e falar ‘hoje é o dia de realizar o seu sonho, vamos que eu vou te levar’. Não. É você quem abre essa porta, quem faz as coisas acontecerem. Você que trabalha para realizar os seus sonhos. Você é o único responsável pela realização deles”.

 

Altiplano Peruano — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

Altiplano Peruano — Foto: Marcone Gomes/Arquivo pessoal

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