‘Só morre quem é esquecido, e ela nunca será’: saudade e homenagens, um ano após morte de Marília Mendonça
Investigação sobre o acidente ainda não foi concluída. O que se sabe até agora é que o piloto da aeronave não seguiu o padrão de pouso do aeródromo. Segundo depoimentos, ele fez a aproximação pelo lado correto, mas “se afastou muito” do local recomendado.
Foi há um ano, na tarde do dia 5 de novembro de 2021, que o avião que levava a cantora Marília Mendonça, o tio dela, Abicelí Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana caiu na cidade de Piedade de Caratinga.
A artista morreu aos 26 anos, quando viajava para cumprir a agenda de shows. A aeronave em que ela estava caiu em um curso d’água próximo da rodovia BR-474, na cidade de Piedade de Caratinga, Vale do Rio Doce, oeste de Minas.
Cruzes em homenagem aos mortos na tragédia — Foto: Bob Alves/Inter TV dos Vales
Há seis meses, admiradores colocaram cinco cruzes em memória das vítimas nas pedras próximas à cachoeira onde o avião caiu.
A imagem da aeronave caindo ainda é forte na memória do caseiro José Antônio da Silva, que trabalha na fazenda há 29 anos, e viu parte da queda.
“Eu estava em casa e ouvi uma zoeira estranha parecendo um helicóptero. Mas quando eu olhei eu vi o avião passando por cima da minha casa girando. Já tava rodando. Aí eu corri, peguei a moto e desci. Assim que peguei a moto, eu escutei um estrondo. Aí eu falei :”caiu”. Aí eu desci, e ele tinha caído na cachoeira. Eu aproximei um pouquinho mas tava fedendo a querosene. Eu vi o piloto e o copiloto na cabine, mas fiquei com medo de aproximar, de explosão”, relembrou o caseiro.
“Só morre quem é esquecido, e ela nunca será”, disse a caratinguense fã e sósia de Marília Mendonça, Cássia Aparecida Alves, 26 anos. A jovem iria ao show que não aconteceu. Hoje, ela guarda o ingresso como uma relíquia.
Cássia disse que a história de vida da Marília é parecida com a dela. Quando as pessoas começaram a falar da semelhança com a artista, ela se interessou e virou fã.
“Eu não era fã. Eu sou fã. Minha mãe me chama de “minha Marília”. As pessoas sempre dizem que me pareço com ela. É uma honra”, afirmou a jovem.
Cássia Aparecida Alves, 26 anos, fã e sósia de Marília Mendonça — Foto: Arquivo pessoal/Redes sociais
Local do acidente que vitimou Marília Mendonça — Foto: Bob Alves/Inter TV dos Vales
Um ano após a morte da cantora, a investigação da Força Aérea Brasileira (FAB) ainda não foi concluída. A apuração é realizada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O delegado Regional da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Lopes Sales, responsável pela investigação, informou, durante entrevista coletiva em Belo Horizonte, nessa sexta-feira (4), que o piloto da aeronave não seguiu o padrão de pouso do aeródromo. Segundo depoimentos da investigação, ele fez a aproximação pelo lado correto, mas “se afastou muito” do local recomendado.
“A gente caminha para uma falha humana, que não terá punição em decorrência da morte. O que a gente sabe, mediante depoimentos feitos, é que o piloto não fez a manobra que se esperava. Ele saiu da zona de proteção do aeródromo para fazer esse pouso. Então, é um fator que pode ter contribuído para que o acidente ocorresse”, afirmou o delegado regional.
Segundo Sales, ainda não há uma data para o encerramento das investigações. No entanto, ele afirmou que os trabalhos estão adiantados e as equipes estão empenhadas na conclusão.
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