Pesquisa diz que BH é a 5ª cidade mais rude do Brasil; saiba por que - Portal S3
   

Pesquisa diz que BH é a 5ª cidade mais rude do Brasil; saiba por que

 Pesquisa diz que BH é a 5ª cidade mais rude do Brasil; saiba por que

O desrespeito à faixa de pedestre foi um dos maus comportamentos avaliados pela pesquisa — Foto: Flávio Tavares/ OTEMPO

Estudo ouviu mais de 1,6 mil moradores locais e residentes dos 15 maiores municípios brasileiros para descobrir quais são os mais cordiais e generosos

A ideia de que os belo-horizontinos costumam receber as pessoas com cafezinho e pão de queijo, não foi suficiente para colocar a capital mineira entre as mais cordiais do país. É que, de acordo com uma pesquisa da Preply, plataforma de idiomas, Belo Horizonte é a quinta cidade mais rude do país, ficando atrás apenas de Goiânia, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. O estudo ouviu mais de 1,6 mil moradores locais e residentes dos 15 maiores municípios brasileiros para descobrir quais são os mais e os menos educados do país.

O levantamento perguntou aos entrevistados com que frequência eles observam 12 comportamentos grosseiros na cidade onde moram. Dentre as ações mais rudes, foram citadas a de se distrair ao telefone, ser barulhento em público, não respeitar as regras de trânsito e não dar gorjetas. A pesquisa conferiu uma pontuação para cada um dos comportamentos, e com isso foi calculada uma nota geral para todas as cidades. Os municípios mais rudes obtiveram mais pontos.

Mas, por que BH ficou tão mal posicionada no ranking de boa educação? Deixando de lado a parcialidade, é possível fazer uma comparação com outras cidades. Brasília, por exemplo, foi considerada a cidade mais cordial, segundo o estudo. Um dos motivos apontados para a capital federal ocupar a liderança é que ela “respeita seus pedestres”. O que pode pesar muito contra Belo Horizonte, uma vez que, contrariando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os motoristas nem sempre obedecem às faixas de pedestres.

Um fato que torna isso mais chocante é que existe um Estatuto do Pedestre, em BH, que é desconhecido por grande parte das pessoas. A Lei municipal 10.407, de 2012, garante a preferência para quem está a pé, mas na prática, isso mal funciona. O que acaba enfraquecendo a segurança no trânsito na capital mineira e provocando acidentes. Segundo dados do projeto Vida no Trânsito, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a cada dia de 2021, ocorreram 30 acidentes de trânsito com vítimas. Em um intervalo de 100 dias, cerca de 31 pessoas morreram. Deste total, 10 eram pedestres e 9, motociclistas.

Um outro comportamento foi determinante para que Campinas aparecesse na primeira posição de “cidades mais generosas do Brasil”:  o hábito de dar gorjetas. Os habitantes da metrópole paulista são os que dão as recompensas mais altas após um atendimento. Em conversas com proprietários de restaurantes de Belo Horizonte, eles foram enfáticos ao afirmar que, a maioria dos clientes paga a gorjeta quando o valor está incluído na conta. Mas, quando não está, poucos dão uma gratificação extra aos atendentes. “Em alguns casos, os clientes até se recusam a pagar a taxa de serviço. Mas, não é algo muito comum. Agora, dar a gorjeta, “por fora”, é muito raro,” explicou André Calixto, dono do Quinteiro Bar e Restaurante, na região Leste de BH.

Tendenciosos ou com a razão?

A reportagem ouviu alguns moradores da capital mineira. As opiniões são unânimes: todos discordaram do estudo. O que deixou a fotógrafa Nathália Tomaz revoltada com a pesquisa foi o fato de Curitiba estar a frente de BH no quesito cordialidade. “Parece que essa pesquisa foi feita só para gerar polêmica, porque não faz muito sentido, sabe? Curitiba ser menos rude que BH?”

Belo-horizontina, Nathália diz que pode até estar sendo tendenciosa, mas que sempre escutou coisas boas sobre BH. “Eu trabalhei com turismo internacional por 6 anos. Quando eu conseguia trazer esses estrangeiros para BH, todos falavam que as pessoas daqui eram muito receptivas, que paravam o que estavam fazendo para ajudar. O que não era muito comum em outras cidades que eles passavam aqui no Brasil,” destacou.

A secretária Flávia Araújo reforça a opinião de Nathália. “Não concordo, porque acho que Belo Horizonte, apesar de ser uma cidade grande, ainda tem um ar de interior. E isso traz aquele clima de acolhimento, cordialidade, né? A própria forma de ser do mineiro contraria a colocação de BH nessa pesquisa. Claro que toda regra tem sua exceção, né. No dia a dia, a gente convive com pessoas rudes no trabalho, no comércio, no trânsito, mas eu acho que pra Belo Horizonte isso não se aplica,” evidenciou Flávia.

O ranking

Goiânia foi classificada como o berço da grosseria, com a maior pontuação média de 6,76. A capital do Rio de Janeiro, com 6,58, foi classificada como a segunda cidade onde as pessoas são mais mal-educadas. Descendo para o Sul, Porto Alegre completa o pódio com 6,50 de média. São Paulo, a maior metrópole do país, conhecida pela impaciência e pressa de seus habitantes, ficou apenas com a nona posição, com 6,34.

“Não é como se todas as pessoas desses lugares fossem rudes e grosseiras, mas podem manter alguns costumes que incomodam os outros no cotidiano. É isso que nosso ranking buscou medir”, explica Yolanda Del Peso, especialista em Outreach da Preply.

As mais cordiais

Mesmo sendo o palco das disputas políticas, Brasília é a capital mais cordial do país. A cidade foi mencionada como a que mais respeita seus pedestres e trabalhadores. Além disso, os brasilienses não costumam furar filas. O mesmo ocorre com os habitantes de Curitiba e Natal, que também são conhecidos por não falarem no alto-falante do celular em público e serem bem receptivos.

Quem mostra mais grosseria: locais ou não locais?

O estudo também questionou se os entrevistados achavam que os “locais” – pessoas nascidas e criadas em suas cidades – eram mais indelicados do que os não locais ou se ambos eram igualmente rudes. Dentre todas as cidades, 12,75% achavam que os não locais eram mais rudes do que os locais; 31,73% acreditavam que os moradores locais eram mais descorteses; 45,82% achavam que ambos são igualmente mal-educados; e 9,70% afirmaram não saber.

Fonte: https://www.otempo.com.br/

0 Reviews

Postagem relacionado