Operação prende grupo que cobrava até R$ 19 mil para falsificar documentos de emissão de vistos, em Brasília
Segundo investigação, grupo fornecia transporte, hotel e orientações de como proceder durante entrevistas. Três suspeitos estão presos e sete pessoas foram detidas por uso de documento falso.
Operação da PCDF que mira desarticular esquema de venda e uso de documentos falsos para emissão de vistos — Foto: PCDF/Reprodução
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu três suspeitos de integrar um grupo criminoso especializado na fabricação e uso de documentos falsos para obtenção de vistos em embaixadas e consulados em Brasília.
As prisões ocorreram na segunda-feira (22) e, nesta quarta-feira (24), os agentes apreenderam impressoras e celulares nas casas dos investigados em Minas Gerais. De acordo com a corporação, outras sete pessoas também foram detidas após apresentarem os documentos falsos em um consulado na capital.
Segundo os investigadores, além dos documentos, os suspeitos forneciam transporte, hotel e orientações de como proceder durante as entrevistas. O grupo, inclusive, levava os candidatos até às embaixadas e consulados em carros apreendidos pela polícia.
O valor cobrado só por esse serviço era, em média, R$ 19 mil. Já quem conseguia ir para outro país, devia continuar pagando até R$ 80 mil para o grupo. Para receber o dinheiro, os suspeitos ameaçavam familiares que permaneciam no Brasil, segundo a corporação.
Esquema
Em julho deste ano, de acordo com a Polícia Civil, uma prisão em flagrante por uso de documento falso constatou que os integrantes do grupo investigado são moradores de Governador Valadares, em Minas Gerais, e agiam em todo o país.
Em um dos casos, por exemplo, um senhor de 75 anos, que mora em Minas Gerais, trabalhava plantando milho, mas, nos documentos forjados, era um dono de fazenda com renda de R$ 155 mil.
A Polícia Civil afirma que algumas embaixadas começaram a desconfiar do esquema, devido ao aumento no número de documentos falsos recebidos. Por isso, denunciaram as suspeitas à polícia.
Ainda segundo as investigações, um dos suspeitos de integrar o grupo já foi preso em outro país por produção de passaportes falsos. Outro investigado também foi detido por uso de documento falso em serviço consular no Rio de Janeiro.
A pena por falsificação e uso de documento falso pode chegar a seis anos de prisão. Os suspeitos podem responder ainda por associação criminosa e extorsão. Se condenados, podem pegar até dez anos de reclusão.
Desde o segundo semestre de 2021, a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) afirma que já prendeu mais de dez pessoas por uso de documentos falsos em embaixadas.
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