Disputa por vaga de desembargador do TJMG teve apelos de empresários, autoridades e até de ministro do STF

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Apesar dos fortes apelos, Zema indicou Pifano. Foto: TJMG

Dezenas de interlocutores tentaram influenciar decisão de Romeu Zema, que escolheu o advogado Luís Eduardo Pifano

As 24 horas entre a formação da lista tríplice feita pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a decisão do governador Romeu Zema (Novo) de indicar o advogado Luís Eduardo Pifano para a vaga de desembargador pelo Quinto constitucional da advocacia contaram com articulações pesadas de empresários, autoridades, políticos e até de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pelo que O Fator apurou, o ministro em questão entrou em contato com Zema e outros integrantes do governo estadual pedindo que o escolhido fosse o advogado Fábio Silveira. Outras autoridades também avalizaram o nome do jurista.

Apesar dos fortes apelos, Zema indicou Pifano. Na avaliação de interlocutores, a decisão passou pela força de Pifano junto à RecordTV – o advogado é próximo da emissora e de lideranças ligadas a ela. O secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro, que, desde abril, apresenta um quadro em um programa do canal em Minas, também foi um dos defensores do nome.

A propósito, o terceiro integrante da lista, Hermes Guerrero, foi outro a contar com apoios fortes, principalmente de advogados e desembargadores poderosos. Diretor da Faculdade de Direito da UFMG, Hermes é muito respeitado no meio jurídico e acadêmico.

Apesar dos esforços de muitos, nada bastou para convencer Zema – e, principalmente, o Novo – de que Hermes não é um jurista “de esquerda”, percepção criada por ter assinado a “Carta em Defesa da Democracia”, organizada pela USP, em julho de 2022, no período pré-eleitoral antes da disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Fonte: https://ofator.com.br/