Betão (PT) apresenta opinião contrária à do presidente Lula (PT), que quer lançar Rodrigo Pacheco (PSD) ao cargo
O deputado estadual Betão (PT) defende que o Partido dos Trabalhadores “vire à esquerda” e lance uma candidatura própria às eleições do próximo governador de Minas Gerais. O parlamentar apresenta posição contrária, inclusive, à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que quer que a legenda apoie o senador Rodrigo Pacheco (PSD) na disputa pelo cargo. Betão comentou sobre os rumos do PT em 2026 durante entrevista ao programa Café com Política, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta segunda-feira (12 de maio).
Na avaliação do deputado, o PT tem “excelentes nomes” para concorrer ao Governo de Minas Gerais, entretanto, evitou citar possíveis candidatos. Durante a entrevista, ele foi questionado sobre as prefeitas Marília Campos, de Contagem, e Margarida Salomão, de Juiz de Fora. Apesar de considerá-las boas opções, lembrou que vai depender da vontade delas em se candidatar ao cargo. Até então, tanto Marília quanto Margarida dizem que pretendem terminar o mandato à frente dos Executivos das respectivas cidades.
Ao defender uma candidatura própria do partido, Betão assume que tem uma opinião divergente do presidente Lula, que apoia o nome de Rodrigo Pacheco. Conforme o parlamentar, o PT tem se colocado em direção à “centro-direita” por conta das condições políticas no Brasil atualmente. Entretanto, ele sustenta a ideia de que a legenda volte a se virar à esquerda, de forma a “atender os anseios da classe trabalhadora”.
“A maioria do Congresso é de outros partidos, o que faz que haja muita negociação. Não tem problema você ter negociação. O problema é que normalmente a presidência da República é extorquida. Para que determinados tipos de deputados votem numa proposta do governo, eles precisam receber emendas parlamentares para distribuir para as suas bases. E isso tem trazido uma série de transtornos para o governo federal.”
Conforme Betão, os caminhos do PT para o próximo pleito serão discutidos durante o congresso da legenda em julho, quando haverá eleição para presidência nacional, bem como nos estados e municípios.
“Nós apresentamos uma tese que tem 13 pontos, que se chama ‘virar à esquerda’. O PT precisa virar à esquerda, agir como o PT agia quando ele foi fundado. Essa é a nossa discussão.”