Oposição aproveita presença de ministro da Justiça em Comissão de Segurança Pública da Câmara para criticar governo, presidente da República e primeira-dama
BRASÍLIA – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, deu uma bronca no deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) que chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) de “ladrão” e responsabilizou a primeira-dama Janja da Silva de esbanjar dinheiro público em viagens internacionais.
Assim como os deputados da oposição, Gilvan aproveitou a presença de Lewandowski em uma audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para criticar o governo federal e ofender o presidente da República em tomadas de decisões diplomáticas e, principalmente, envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos de 8 de janeiro.
“Ministro, pra sobrar dinheiro para o Ministério da Justiça, para a Polícia Federal, para a Polícia Rodoviária Federal, é só a Janja parar de viajar, de gastar em viagem desnecessária e o Lula parar de roubar. Se a Janja parar de viajar e o Lula parar com aquela cobiça, aquele sanguessuga, o desvio de dinheiro, rapidinho sobra para os ministérios”, disse o deputado ao iniciar sua pergunta.
Ao responder as perguntas fracionadas em grupos de três parlamentares por vez – ou comentar as críticas e acusações -, o ministro chamou atenção do parlamentar e saiu em defesa de Lula, a quem chamou de estadista reconhecido no mundo.
“Eu tenho que repelir veementemente as acusações que Vossa Excelência fez ao chefe de Estado, chefe de governo, chamando-o e a primeira dama de determinados nomes que eu não quero repetir. Esse nosso presidente da República foi eleito por mais de 60 milhões de votos com o beneplácito do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. É um líder respeitado mundialmente, mundialmente. Eu testemunhei a forma como ele foi recebido em Roma no funeral [do papa Francisco]”, disse Lewandowski.
Mais cedo, Gilvan da Federal se envolveu em um bate-boca com Lindbergh Faria (PT-RJ) após chamar Lula de “descondenado” e citar a lista da Odebrecht apreendida pela Polícia Federal com nomes que seriam associados a petistas ligados ao governo. A confusão teve que ser apartada por outros parlamentares e a Polícia Legislativa precisou ser acionada.