Após nove anos desativada, usina de açúcar é reaberta no Vale do Mucuri
Fábrica recebeu R$ 20 milhões para melhorias e expandir capacidade produtiva em 50 mil toneladas de açúcar por safra
Reabertura gerou cerca de 200 empregos diretos | Foto: Divulgação DASA
A planta fabril da Destilaria de Álcool Serra dos Aimorés, mais conhecida como Dasa, instalada no Vale do Mucuri, vai retomar a produção de açúcar na região. Um investimento na ordem de R$ 20 milhões foi direcionado pela empresa para reformas e para produzir a substância doce do tipo cristal, tanto para o mercado nacional quanto para exportação.
A diretora administrativa-financeira da Dasa, Milena Silva Rocha, explica que a fábrica que foi inaugurada em 2014 esteve fechada nos últimos nove anos. Após inaugurada ela funcionou por quase um ano, até que, em meados de 2015, uma forte seca na cidade de Serra dos Aimorés afetou toda a safra da cana.
“Na época, resolvemos paralisar a produção de açúcar porque não tinha viabilidade econômica pela quantidade de cana que se tinha para moer ao decorrer do ano e atender as nossas duas fábricas que são interligadas e concomitantes”.
É que, segundo Milena Rocha, de todo o caldo produzido pela empresa, parte era destinado para a produção de açúcar e outra parte para a fábrica de etanol. “A esperança era de que em 2016 as coisas voltassem ao normal, mas infelizmente em 2016 a região aqui sofreu uma seca ainda maior”, relembra.
Segundo a diretora administrativa-financeira, na epóca, a safra estava programada para moagem em torno de 1,1 milhão de toneladas, porém só foi possível esmagar algo em torno de 450 mil toneladas.
“Isso foi uma quebra de safra de mais de 60% e não tinha condição econômica nenhuma de gerar a fábrica de açúcar. Passamos por muita dificuldade. Foi quando fizemos uma reformulação administrativa e reiniciamos a operação de etanol hidratado e posteriormente de etanol anidro”, diz.
A retomada a qual Milena Rocha se refere ocorreu em 2017, quando aproximadamente 340 mil toneladas de cana-de-açúcar foram esmagados. Esse montante equivale a quase 20% da capacidade produtiva. “De lá para cá, a cada ano, estamos aumentando o nosso plantil agrícola e todo o recurso que eventualmente sobrou da operação nós investimos 100% no campo”, afirma.
Nova capacidade será para 50 mil toneladas por safra
Segundo a Dasa, com a reabertura da usina, cerca de 200 postos de trabalho diretos foram gerados. A fábrica está agora preparada para produzir uma capacidade de aproximadamente 50 mil toneladas de açúcar por safra. Entretanto, até o final de 2024, devem passar pela moagem 1 milhão de tonelada de canas.
A destilaria, atualmente, está vinculada à Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), entidade que contribui para a produção sustentável no Estado. O presidente da instituição, Mário Campos, reconhece a importância da reativação da usina para os setores sucroenergético e bioenergético.
“Esse investimento demonstra que os setores estão crescendo em toda Minas Gerais e não apenas no Triângulo Mineiro. A diversificação na produção, como a entrada da DASA no açúcar, é um caminho natural para as empresas que processam cana-de-açúcar, proporcionando maior sustentação econômica e financeira”, diz.
Para Mário Campos, com as melhorias previstas pela usina, assim como para os resultados econômicos e financeiros, é possível expandir a moagem no Estado. “É possível gerar ainda mais produtos, como demonstrado pelos números que o setor vem apresentando. Já somos o segundo maior produtor de cana do Brasil. Na última safra 2023/2024, Minas Gerais alcançou quase 80 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um recorde histórico”, conclui.