A Polícia Militar Rodoviária orienta motoristas a só pegar rodovias em caso de muita necessidade.
Só em Minas Gerais, há mais de 100 pontos de interdição ou de bloqueios nas estradas. Uma família morreu soterrada.
No meio de muita lama, os Bombeiros encontraram partes do carro em que viajavam cinco pessoas. Todos os corpos foram localizados.
Parentes ajudaram a identificar dois deles: Ana Santos, de 3 anos, e da mãe dela, Deisy. Também estavam no carro o pai de Ana, Henrique dos Santos; o irmão dela, Vitor, de 6 anos; e um parente, Geovane Ferreira.
Eles saíram no sábado (8) de Paula Cândido em direção ao aeroporto internacional, em Confins. A família avisou a parentes que ia pegar um desvio, porque a BR-040 estava bloqueada. Em um trecho de estrada em Brumadinho houve um deslizamento, que atingiu o carro.
Nas imagens do Globocop, é possível ver o caminho feito pela terra. O carro foi arrastado por cerca de 400 metros.
“Toda a escavação inicialmente está sendo manual. Tem muitos galhos, muitas árvores no local. A gente está cortando também essas árvores”, relata o tenente Lucas Silva Costa, do Corpo de Bombeiros de MG.
Minas Gerais está com 106 pontos de interdição em rodovias federais e estaduais. Até as 19h, o balanço da Polícia Militar Rodoviária apontava 80 pontos de interdição parcial e 26 pontos de interdição total no estado.
Um trecho da BR-381, que liga Minas Gerais a São Paulo, ficou mais de cinco horas interditado na altura de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por causa do risco de transbordamento do Rio Paraopeba, que cruza a rodovia. A água chegou até a altura dos fios da rede elétrica. Só às 15h30, parte da rodovia foi liberada.
“Qualquer sinal de situação que gere risco, a ponte pode ser interditada novamente, principalmente porque as chuvas não pararam e o nível do rio pode continuar a subir”, declara o inspetor Aristides Júnior, da Polícia Rodoviária Federal.
Mais cedo, o congestionamento foi longo no trecho. O consultor Itamar de Bastos saiu de Cana Verde, no sul do estado, às 12h de domingo (9). Ele, a esposa, a filha e uma neta levaram 28 horas para percorrer 185 quilômetros.
“Não achamos hotel, não achamos nada para dormir. Dormimos no carro. Às 12h, que conseguimos ir lá para a frente, dentro de uma cidadezinha, que nós conseguimos uma pensão para cochilar. Acordei com a boa notícia de que liberou”, conta.
A Polícia Militar Rodoviária emitiu um alerta nas redes sociais orientando os motoristas a só pegar rodovias em caso de muita necessidade.
“Nós temos possibilidade real de deslizamentos de terra, de quedas de barreiras. Nós passamos para que a população apenas utilize em último caso e, caso venha a utilizar as rodovias de Minas Gerais, que tenha atenções redobradas”, orienta o tenente-coronel Fábio Almeida.
