Maior parte de Minas, incluindo BH e Região Metropolitana, vai permanecer na onda roxa até 11 de abril
Secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti, fala sobre a situação da pandemia em Minas — Foto: Reprodução/ Governo de Minas
A partir de segunda-feira, macrorregião do Triângulo do Norte e microrregião de Patos de Minas progridem para onda vermelha.
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A macrorregião do Triângulo do Norte e a microrregião de Patos de Minas vão progredir para a onda vermelha do programa Minas Consciente a partir da próxima segunda-feira (5). O restante do estado, incluindo a Região Metropolitana de Belo Horizonte, permanece na onda roxa até pelo menos 11 de abril. Esta etapa permite apenas o funcionamento de atividades consideradas essenciais e prevê toque de recolher das 20h às 5h.
As regiões que vão avançar foram as primeiras do estado a entrar na onda roxa, no dia 4 de março. Na onda vermelha, todas as atividades podem funcionar, desde que cumpram regras como distanciamento e limitação máxima de pessoas.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, houve melhora nos indicadores epidemiológicos do coronavírus nestes locais.
“Tínhamos um platô há algumas semanas, e agora vemos queda da incidência no Triângulo do Norte, o que nos deixa mais confiantes em relação ao sucesso da onda roxa. Daqui a pouco devemos ver indicadores regredindo no estado com um todo”, afirmou, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (31).
“Nas regiões em que há maior sensibilização da população e maior empenho da gestão municipal, a gente vê que os frutos são colhidos de forma mais rápida. A macrorregião Noroeste, mesmo com o mesmo tempo de onda roxa, está com incidências diferentes. A onda roxa como medida isolada não surte efeito, a gente precisa de todo o comprometimento da população”, disse Baccheretti.
Segundo o secretário, a ocupação de leitos se aproxima cada vez mais dos 100% em Minas Gerais. Na manhã desta quarta-feira, havia 971 pacientes aguardando por internação em leitos de UTI, dos quais 762 estavam com suspeita ou confirmação de Covid-19. Outras 2.616 pessoas aguardavam internação em leitos de enfermaria, sendo 1.215 com sintomas da doença.
Nas regiões Vale do Aço, Oeste e Central, a situação preocupa mais.
“Estamos buscando a ampliação de leitos em todo o estado, mas o crescimento da doença é muito maior do que a capacidade de abertura de leitos, tanto pela escassez de recursos humanos quanto pela recente escassez de insumos”, disse o secretário.
Um dos principais problemas é a falta de kits de intubação. Segundo Baccheretti, o estado ainda não recebeu todo o quantitativo prometido para a última sexta-feira (26) pelo Ministério da Saúde.
“O que mais vem nos preocupando é a lentidão na distribuição desses medicamentos. A Secretaria de Estado de Saúde tem uma rede solidária pactuada com o Ministério Público, e a gente consegue observar o estoque de todos os hospitais que fazem parte da rede que atende o SUS em Minas Gerais. Neste momento, nós estamos distribuindo de forma muito a conta gotas porque não temos estoque grande, temos estoque que consegue garantir três dias de medicamento“, declarou.
Pior momento da pandemia
O secretário ressaltou que Minas Gerais vive o pior momento da pandemia, agravada pelas novas variantes em circulação no estado, e pediu a colaboração da população durante o feriado da Semana Santa. Ele destacou a importância de ficar em casa neste momento.
“A experiência que já temos de feriado sempre foi muito ruim em relação à pandemia em outros momentos, a incidência elevou-se duas semanas após os feriados. Nossa expectativa agora é um pouco diferente, uma vez que estamos na onda roxa. Isso significa que hotéis não funcionam, há restrições de circulação em horários noturnos, apenas o que é essencial fica aberto. O papel de cada um é o que vai determinar o sucesso ou não deste momento”, pontua.
Vacinação
De acordo com Baccheretti, o estado tem registrado redução nas internações de idosos com idade acima de 85 anos por Covid-19, como reflexo da vacinação. A expectativa é que a internação de pessoas com 70 anos ou mais também diminua em torno de 35 dias.
“O prazo de imunidade esperado é de cerca de 15 dias após a segunda dose da CoronaVac, então a gente tem a expectativa de que, em meados de maio, consiga perceber a redução (da hospitalização) ainda maior dos idosos”, concluiu.
Sobre a vacinação dos servidores do governo, que está sendo apurada em CPI na Assembleia Legislativa, o secretário afirmou que a pasta está aguardando a definição de órgãos de controle e a ampliação da vacinação para trabalhadores da saúde para a definição em relação à aplicação da segunda dose dos imunizantes.
Cidades que vão progredir para onda vermelha
TRIÂNGULO DO NORTE: 27 municípios
Abadia dos Dourados, Araguari, Araporã, Cachoeira Dourada, Campina Verde, Canápolis, Capinópolis, Cascalho Rico, Centralina, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Gurinhatã, Indianópolis, Ipiaçu, Iraí de Minas, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Patrocínio, Prata, Romaria, Santa Vitória, Tupaciguara e Uberlândia.
PATOS DE MINAS: 11 municípios
Cruzeiro da Fortaleza, Guarda-Mor, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Patos de Minas, Presidente Olegário, São Gonçalo do Abaeté, Serra do Salitre, Varjão de Minas e Vazante.
Por Patrícia Fiúza e Rafaela Mansur, G1 Minas — Belo Horizonte