Excedentes do concurso da Polícia Penal acampam em protesto na porta da ALMG
Manifestantes querem convocação para o curso de formação; déficit de policiais penais em Minas é um dos argumentos
A porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) amanheceu tomada por onze barracas. Desde as 8h desta quarta-feira (21), 15 excedentes do concurso para a Polícia Penal de Minas Gerais ocupam o local em protesto. Eles exigem a convocação de todos os 2.052 excedentes do último concurso para agentes penitenciários, iniciado em 2021.
A administradora de empresas Letícia Zandona, de 36 anos, que também é vice-presidente da Comissão de Excedentes da Polícia Penal de Minas Gerais, afirma que há policiais penais não concursados exercendo a função.
“Nós, excedentes, estamos à espera da convocação do curso de formação. Como nós passamos num concurso efetivo, a nós é garantido por lei, pelas emendas constitucionais 109 de 2019 e 111 de 2022 (o chamamento). Então, porque não nos convocar para o curso de formação sendo que temporários já estão trabalhando?”, questiona a representante, que lembra que os excedentes precisaram passar por testes exigentes para serem aprovados nas cinco primeiras etapas.
“Pediram comprovantes de âmbito eleitoral, âmbito criminal, na Polícia Civil, na Polícia Federal, e está certíssimo. Exames médicos totalmente rigorosos, como se fizesse um escaneamento de todas as formas. Nós queremos trabalhar. É o nosso sonho”, desabafa. Letícia cita também o déficit de policiais penais em Minas Gerais para defender a convocação dos excedentes. Para a administradora de empresas, o alto número de presos do Estado é outro motivo para que os excedentes sejam chamados ao serviço.
“Existe um déficit de cerca de 4.000 policiais penais hoje, sem contar com as aposentadorias que virão, que ainda não estão subtraídas. A situação está bastante crítica”, argumenta. Ainda conforme Letícia, o acampamento não tem data para terminar. “Nós iniciamos hoje uma ação mais incisiva. Não sairemos da Assembleia Legislativa sem a resposta do governo”, promete.
A reportagem de O TEMPO solicitou um posicionamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais. Em resposta, a pasta disse que tem conhecimento do pleito dos excedentes do concurso para o provimento de 2.420 vagas para a Polícia Penal de Minas Gerais e que prevê a abertura de uma terceira turma para o Curso de Formação Técnico-Profissional, inicialmente para o preenchimento das vacâncias vagas ociosas.