O deputado estadual, Roberto Andrade (Patriota), vai retirar a candidatura para a presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A coluna apurou com uma fonte ligada ao Patriota que isso deve acontecer, provavelmente, nesta segunda-feira (23). Roberto Andrade não conseguiu angariar votos de parlamentares que não querem um presidente tão próximo do Palácio Tiradentes.
Nos bastidores, a expectativa do governo é construir uma candidatura de consenso depois que o nome de Andrade perdeu apoio ao longo da semana. A gota d’ água foi a debandada da bancada do PL para a candidatura de oposição, do deputado Tadeu Martins Leite (MDB).
Além disso, a denúncia feita pelo deputado eleito Caporezzo (PL), da possível tentativa de chantagem do secretário de Governo, Igor Eto. O secretário teria ligado para o coronel da PM, Marco Aurélio Zancanela, dizendo que o policial só seria nomeado para o Estado Maior da corporação se conseguisse mudar o voto de Caporezzo – que seguiria o voto da bancada e votaria em Tadeuzinho e não em Andrade. O ato causou revolta entre os deputados e aumentou a rejeição ao nome apoiado pelo governo.
A princípio, conforme apurou o Aparte, o movimento tenta trazer todos parlamentares do PSD, partido de onde pode sair o candidato. O mais cotado é do deputado Duarte Bechir, mas o nome dele ainda é discutido entre o governo e o PSD. Neste domingo (22) à noite, os deputados pessedistas estavam em reunião e, até a publicação desta matéria, ela não havia terminado.
Os pessedistas tinham marcado uma reunião nesta segunda-feira para decidir o caminho da bancada na eleição para presidência da Casa. Embora a maioria da sigla demonstra alinhamento com o governo, a relação balançou um pouco depois das declarações do governador Romeu Zema (Novo) contra o governo Lula, já que o partido tem um integrante no primeiro escalão: Alexandre Silveira no Ministério das Minas e Energia.
A expectativa é de que um nome de maior consenso poderia forçar a retirada da candidatura de Tadeu Martins Leite (MDB), trazendo um cenário de composição em torno de um único nome. Os articuladores desta solução acreditam que até o PT poderia abandonar Tadeuzinho e votar no nome consensual apoiado pelo governo. Apesar de, neste momento, o grupo ligado a Tadeuzinho acreditar ter os votos suficientes.
Outra possibilidade especulada é que o lançamento da candidatura de um nome do PSD poderia enterrar a candidatura do governo Romeu Zema. A legenda pode manter a candidatura até às vésperas da disputa e, sem conseguir angariar todos os votos necessários para uma eleição de consenso, se retira da eleição e apoia Tadeuzinho. O movimento brusco, não daria tempo hábil para o governo articular outro que teria que compor com o emedebista.